segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Crime de racismo contra índios condena colunista Gutman Uchôa de Mendonça (A Gazeta-ES)

Decisão unânime da 2ª turma especializada do TRF da 2ª região - Justiça Federal do Espírito Santo, condenou Gutman por crime de racismo.

“...O relator do caso no TRF2, desembargador federal André Fontes, explicou no seu voto, que “o colunista do jornal “A Gazeta” publicou durante o primeiro semestre de 2000, três artigos nos quais imputou aos índios adjetivos claramente discriminatórios, tais como ‘indolentes’, ‘preguiçosos’, ‘ociosos’, ‘inúteis’ e ‘arredios”, ofendendo, também, a cultura indígena ao qualificá-la como ‘burra’, ‘estúpida’, ‘predatória’”.

“...Nos termos da sentença, Gutman, que tem mais de 70 anos, deverá cumprir um ano de serviço à comunidade...”
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Gutman, em sua coluna em A Gazeta, do Espírito Santo, sempre classificou os brasileiros, em geral, como burros, ignorantes; negros, pobres e índios, como uma massa imprestável.

Para Gutman Uchôa de Mendonça, a Bolsa Família não passa de fonte de sustento para vagabundos comprarem maconha, o pensamento da esquerda é criminoso e idiota, os militares deveriam ter executado todos os que se opuseram à ditadura, o presidente Lula não passa de um analfabeto "esperto" e por vai.

Há quem concorde com essas coisas, mas as autoridades judiciárias do TRF da 2ª região colocaram os devidos pingos nos i's.

Acesse o teor inteiro da exemplar e elogiável decisão e leia mais aqui sobre a condenação de Uchôa de Mendonça.
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Post dedicado a João Amorim Coutinho

2 comentários:

Juca Magalhães disse...

Uchoa de Mendonça sempre assumiu - e me parece alegremente - o papel de representante da extrema direita por essas bandas. Tenho pérolas dele por exemplo: dizendo que Augusto Ruschi não entende nada de ecologia, que a criação da Orquestra aqui no estado era um luxo inútil - esse eu achei quando pesquisei a história da OFES - e um texto antológico dele, inclusive no sentido de anta mesmo, defendendo Jozé Carlo Gratz quando no início dos ataques que vieram a derrubá-lo. Essa condenação é muito pouco perante o conjunto da obra. Um abraço Dino.

Carlos Fernando disse...

Pô, que ótima informação. Mesmo que ela fique restrita a determinados círculos, e também por ser tardia aos disparates desse persona, um legítimo representante da Casa Grande, forjado na sua origem no coronelismo mateense, da um certo conforto ao nosso senso de respeito ao próximo. Estou agora a lembrar de uma frase proferida por ele, quando iniciei minha aventura pelo jornalismo, lá pela década de 70: "O bom é a gente ser de direita". Olhando sua trajetória, não é que ele tinha razão. Tristemente.

 
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