sábado, 8 de agosto de 2009

AS MÃOS DO MEU PAI, poema de Mário Quintana

Colocou no Orkut recado para mim o Jairo De Britto, amigo há longo tempo e com quem retomei contato graças aos caminhos da internet.

De fato, o recado é reprodução dum extraordinário poema do gaúcho Mário Quintana, ser superior, artista absoluto cuja aura sempre terá brilho em todos os Universos.

Obrigado ao Jairo de Britto.

Amanhã, Dia dos Pais, de alguma forma, todos os papais, mesmo tenham partido desse plano, estarão presentes conosco.
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AS MÃOS DO MEU PAI

Mário Quintana

As tuas mãos têm grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
- como são belas as tuas mãos -
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos

e tenta acendê-los contra o vento?

Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida - que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...

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