sábado, 30 de dezembro de 2006

Seguuura que é suuaaa, Galvão!

Foi encerrada hoje, às 10h52, a enquete deste Blogracio “Mala sem alça de 2006”.

O vencedor, que competiu com outros sete nomes, foi o ansioso ufanista global Galvão Bueno, que recebeu 38,89% (7 votos de 18).

O transponder recebeu 22,22% - 4 votos. Em terceiro lugar ficou Pelé, com 16,67% (3 votos). Já disse que Pelé poderia, sim, ter sido um dos maiores atletas de todos os tempos, mas para isso seria necessário que ele fosse incapaz de emitir opinião alguma, sobre nada.

Na “ Mala sem alça de 2006”, George Bush, Britney Spears, Pagode e assemelhados e Gugu Liberato receberam 1 voto cada – 5, 56%. Dilma Youssef, numa demonstração de energia Ø, ficou assim mesmo: com Ø %

Galvão, o inventor da reta curva.

Em 2004, logo após encerrado o Grande Prêmio de Mônaco, reproduzi no Livre Bloggar* uma das mais preciosas pérolas do multi-maxi-ultra-hiper-super espantoso repertório de Galvão Bueno:
- Não dá pra enxergar a reta porque a reta é curva. (!)

Galvão está na pole position também em outras pesquisas tipo “mala 2006”.
Por exemplo, no momento em que escrevo este post e em disputa com mais 5 nomes, Galvão é o grande vencedor (32,12% dos votos) da enquete “Mala do Ano”, do ótimo Brasil Wiki.

*Quase nada escrevo atualmente no Livre Bloggar. Mas a edição (junho/2004) desse blog-sparring, com o texto sobre a reta curva de Galvão, pode ser acessado aqui.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Cura da ressaca

Leio que cientistas estão a ponto de encontrar a cura para a ressaca. Falam em genes, DNA, sistema nervoso, moscas drosófilas, essas coisas que cientistas gostam de citar.

Ao que me consta a cura para a ressaca existe há tempos e vi escrita a fórmula numa camiseta à venda numa praça.

Em letras apropriadamente garrafais, na frente da camiseta estava:
EVITE A RESSACA.

E, na parte de trás:
MANTENHA-SE BÊBADO.

Simples assim 8>)

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Chaves

Radialista, já falecido, Olívio Cabral era capaz de falar absurdos, divertidas e inofensivas mentiras em voz muito séria, empostada, clara, resultado de muitos anos de locução.

Coisas assim:

Quando atendia em seu escritório algum rapazote para cobrar dele algo como uma duplicata, Olívio, solene, informava ao moço:
- Volte aqui no Natal, 'tá bem, meu filho?

Era, digamos, fevereiro, o rapaz falava do seu difícil trabalho, do rigor da empresa cobradora e Olívio:

- No Natal, meu filho. Volte no Natal. Época de festa, todo mundo dá presentes...


Volta às chaves.

Diante da caixa do banco, separadas do público pela lâmina de vidro no balcão, estavam muitas chaves em diversas argolas num grande chaveiro, tipo mosquetão.

Alguém, na fila do banco onde eu estava, comentara “esqueceram um chaveiro.”

Lembrei Olívio, falei para a caixa:
- Esqueceram essas chaves aí, né? É muita chave, deve ser de algum porteiro, zelador...

A caixa olhou para mim, curiosa, pegou uma das chaves:
- Essa aqui, não será de carro?

Eu:
- Não. Com certeza, não. Parece chave de porta
principal de apartamento, escritório...

- E essa aqui, não é de carro?
- Não. Nenhuma aí é de carro. Essa miúda acho que é de caixa postal... Essa outra - apontei para uma pesadona - parece ser de um cadeado grande.
Impressionada e simpática a funcionária perguntou a mim:

- O senhor é
chaveiro?

Eu, compenetrado e em sincera homenagem à memória de Olívio Cabral:
- Não, senhora. Ex-prisioneiro.


Peguei de volta o boleto que tinha quitado, esfreguei um pouco o pulso direito e, apalpando os bolsos, saí rápido do banco.

Acreditem no que digo.

sábado, 23 de dezembro de 2006

O terror do presidente da Anac é o melhor

No último dia 15, Milton Zuanazzi, presidente da Anac-Agência Nacional de Aviação Civil, acusou a imprensa de "terrorismo gráfico e televisivo" na cobertura do caos que está o tráfego (?) aéreo nacional.

Pois, atrasado mas cheguei, ao rever meu arquivo de declarações definitivas de 2006, encontrei uma do próprio Zuanazzi e perpetrada por ele também por volta* de 15 deste dezembro:
Ao vivo e a cores, posudo, entrevistado por redes de tv e rádio – eu vi e ouvi – Zuanazzi, sobre o que estaria sendo feito para resolver a catástrofica situação do transporte celeste brasileiro, declarou:

"- Estamos todos empenhados, fazendo todos os esforços para melhorar esse problema." **

Melhorar o problema.
Então, é isso, entenderam?

A Anac, segundo seu presidente, não estava equacionando o problema, ou minimizando o problema, ou contornando o problema ou muito menos solucionando o problema.
Estava melhorando o problema.

Aí, ficou do jeito que tá.

* A imprecisão do "por volta" é culpa do transponder deste Blogracio.
** Uma ou outra palavra pode ter sido diferente, mas "melhorar esse problema" foi assim mesmo.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Escolha sua mala sem alça e boa viagem

Para assegurar total democracia na escolha dos nomes para a enquete “Mala sem alça de 2006” todo mundo foi excluído do processo.
Todo mundo menos eu. Alguém tinha que vigiar a urna.

Bem. Diferente de muuuitas enquetes por aí, a do Blogracio tem a decência de mostrar o número de votantes e o percentual dos votos.

Então, UM voto, aqui, faz diferença e isso é mostrado.

Vocês não imaginam, ou sabem, sim, do enorme número de saites com um page view vexatório e que mostram apenas percentuais nessas enquetes com ínfimo número de votos.

Aqui, não. “O pouco bem dividido dá para todos”, já dizia vó Zezinha.

No final, o que vale mesmo é contribuir para a justa e pública escolha do “Mala sem alça de 2006”.

O transponder, que não é pessoa física nem jurídica, entrou na enquete para, coitado, representar toda a inacreditável bagunça do controle aéreo brasileiro.

Vôo extra

E por causa dessa zorra querem tirar do Ministério da Defesa um dos mais respeitáveis nomes do Brasil, Waldir Pires. Não adianta, não é culpa do Waldir.

Essa bagunça tem longa história, militar, inclusive, e não será resolvida com a saída do Waldir, pessoa competente, decente, íntegra. Deixa o Waldir lá - o diacho é que um civil no Ministério da Defesa deve incomodar muita gente - e ele que diga se resolve ou não essa parada.

Se achar que não, Waldir tem personalidade e caráter bastante para pedir, ele mesmo, seu boné.

Waldir Pires tem a seu favor a fama de ser o maior inimigo político de Antônio Carlos Magalhães, o ACM.

Não é coisa pra amador ou pouco sério.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Guerra do canudo


Imparcial a ponto de pular pra qualquer lado, este Blogracio reproduz, com exclusividade mundial, as duas figuras que simbolizam a guerra do canudo. Ou melhor, a guerra do jornalismo com ou sem diploma.

O cartazito da esquerda é o “oficial”, da Fenaj, intransigente defensora do diploma para jornalistas.

A segunda figura é uma desaforada ‘chupada’ no trabalho do pessoal fenajeiro e chegou ao Blogracio remetida por Nardo Buzun, jornalista sem diploma que por algum tempo colaborou com o MeuJornal.net.

As imagens, como o assunto em pauta, não têm boa definição.

Mas saem assim mesmo, porque as máquinas não podem parar.

Vê se dá pra ler direitinho os dizeres das duas imagens.
Se não, paciência. Mas, parece que a mensagem dos “sem diploma” dá pra ler melhor.

Que coisa.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Post felino

Nem gordo nem magro, rajado, parecia limpo e estava bem acomodado sobre uma almofada no canto do quarto.

Sozinho no apartamento, assim encontrei um gato, gato bicho, felix domesticus, quando voltei de uma ida à banca de revistas.
Como entrou no apartamento o gato, não sei.

Minha reação não foi de medo, foi de surpresa. Até porque o gato, tranquilo, olhava para mim com um ar de
- Oi, tudo bem, tudo certo, ‘tamos aí ...

Gatos costumam caçar ratos e então pensei que o gato aparecido poderia estar - em meu apartamento? – à caça de algum daqueles deputados que duplicaram seus salários.

Preocupado com isso, rápido, fui até onde escondo o porco-cofrinho responsável pela guarda da poupança para garantir minha aposentadoria. Alívio. Intacto, o porcofrinho.

Nenhum sinal de parlamentarrato.

Então, fechei todas as portas do apartamento, menos a que dá acesso à saída, enrolei uma camisa em volta do pescoço – gatos metem as unhas em lugares muito delicados - pronunciei “xiuiu, xiuiu,xiuiu” várias vezes e a segurar um banquinho de plástico para enfrentar o gato na hipótese em que ele se transformasse em tigre, atraí o bicho para fora da minha jaula, digo, residência.

Enquanto lentamente eu fechava a porta o gato dirigiu um olhar magoado para mim e, tenho certeza, pensou bem alto:

- Pô, que sacanagem...

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Japão obreiro

Famosos por sua dedicação disciplinada ao trabalho, os japoneses são dos melhores obreiros do mundo.

Mas poucos sabem dos seus avanços na área espacial.

Pois, fiquem sabendo. Na madrugada desta segunda, 18, os japoneses lançaram um foguete com enorme satélite.
O lançamento foi da base espacial localizada em Kagoshima.

O nome do satélite é Kiku.

Nº 8.

É isso.

domingo, 17 de dezembro de 2006

A Time elegeu "Você" a personalidade de 2006

Deu no Vida Digital, do Estadão/Reuters, de hoje;

‘NOVA YORK - A revista Time elegeu neste sábado "você" como a "personalidade do ano", pelo explosivo crescimento e influência de conteúdos de internet como blogs, vídeos de sites como o YouTube e redes sociais como o MySpace.

"Por aproveitar os reinos da mídia global, por fundar e estabelecer a nova democracia digital, por trabalhar por nada e superar os profissionais em seu próprio jogo, a personalidade do ano de 2006 da revista Time é você", escreveu o jornalista Lev Grossman....’

Genial a sacada da revista em escolher, com as justificativas acima, Você como a Personalidade do Ano. E o melhor da história é que talvez deixe pessoas iguais a mim algo mais confortáveis apesar do bordão "mas você gasta esse tempo todo fazendo essas coisas na internet sem ganhar nada?

Absolutamente imodesto, eu sou um dos Você que a Time homenageou.

Bem. O Blogracio continua :>)

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Morte de Pinochet causa protestos infernais

Então Pinochet desceu ao Inferno.

Fontes extra-oficiais dão conta que lá estão jogando água por toda parte em protestos por perturbação do clima local.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Para que Luiz Aparecido não morra de fome

Originalmente dirigido a MeuJornal.net, que deixei de atualizar, recebi hoje e-mail de Luiz Aparecido.
Jornalista, amigo de longa data e atualmente em Brasília.

Luiz exige rápido andamento do processo de indenização pelo que sofreu durante a ditadura militar.

Trecho do e-mail:

“...Sou militante revolucionário desde os 14/15 anos. Passei por três prisões violentas e outras duas ‘maneiras’. Nas três [violentas] perdi um rim, um saco escrotal, levei três tiros na cabeça (uma bala ainda esta na cuca convivendo com minhas loucuras), fui barbaramente torturado e só me salvei porque sou teimoso e um advogado paulista (Virgilio Egydio Lopes Enei) me salvou das masmorras do DOI-CODI onde não reconheciam minha prisão e já tinham me condenado à morte.

Sai da prisão 5 anos depois...”

E segue o Aparecido, em outro trecho:

“...A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça sequer julgou o mérito do meu processo que está lá há mais de três anos...”

Luiz Aparecido pensa, junto a outras pessoas com casos idênticos ao dele, fazer greve de fome por tempo indeterminado “...em frente ao Ministério da Justiça ou da Justiça Federal em Brasilia para exigir pressa na solução de nossos casos...”

Mais do que justa a reivindicação do Aparecido.

Porém peço a ele que não entre nessa de greve de fome. Com a saúde já muito abalada, poderá mesmo o Aparecido morrer de morte morrida.

E Aparecido já morreu demais pela pátria, igual a outros na mesma situação que ele.

Pátria, pague o que deve ao Aparecido.

Pelo menos, o dinheiro.

Até porque outras coisas devidas ao Aparecido e seus iguais nessa reivindicação não têm preço e jamais poderão ser pagas de forma alguma.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Desclassificados obscenos -1

Dep. fed., bca. gde, expte. topa tdo, ac. sub. , por fora. e p./dentro tb. Safadinho. Tratar Congresso.

Enquete relâmpago - Ortotanásia

Não precisa nem clicar:

- Você é a favor da ortotanásia para a "música baiana"?

sábado, 2 de dezembro de 2006

Sem diploma, mas “podendo exercer atividades civis.”

Recebi correspondência da UFES, remetida pelo Professor Alain P. C. H. Herscovici, oferecendo um curso latu-sensu “inédito”.

O Curso de Especialização em Economia para Jornalistas e Comunicadores Institucionais.

Aguardo resposta de e-mail que transmiti há pouco e no qual manifestei interesse em participar do curso e informei a respeito da minha situação - jornalista profissional, mas sem diploma.

Isso, diante da exigência, para inscrição no curso, de apresentação de “diploma em curso superior de graduação, devidamente registrado (frente e verso), cópia autenticada do currículo escolar de graduação” além de outros brincos.

Para que pedem uma Certidão de Nascimento (!) ou de Casamento (!!!), além de uma Carteira de Identidade?

Bem. Para a tal inscrição são ainda exigidos outros itens, como “comprovante de quitação de serviço militar, quando couber”.

Aí, eu cube. Ou cabí. Ou eu consegui ficar cabido. Não sei.

O fato é que nesse item documental castrense, acho que estou bem.

Quando recebi, aos 18 anos, meu Certificado de Dispensa de Incorporação, vi quanto o exército pode ser benevolente, pois colocou no documento a observação:

“Dispensado por insuficiência física (sempre digo, ser baixinho tem suas vantagens) podendo exercer atividades civis”.

Dispensado da incorporação, se o exército não documentasse que eu poderia “exercer atividades civis”, puxa vida, nem jornalista sem diploma eu conseguiria ser.

E ainda falam mal da ditadura.

 
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