sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Para que Luiz Aparecido não morra de fome

Originalmente dirigido a MeuJornal.net, que deixei de atualizar, recebi hoje e-mail de Luiz Aparecido.
Jornalista, amigo de longa data e atualmente em Brasília.

Luiz exige rápido andamento do processo de indenização pelo que sofreu durante a ditadura militar.

Trecho do e-mail:

“...Sou militante revolucionário desde os 14/15 anos. Passei por três prisões violentas e outras duas ‘maneiras’. Nas três [violentas] perdi um rim, um saco escrotal, levei três tiros na cabeça (uma bala ainda esta na cuca convivendo com minhas loucuras), fui barbaramente torturado e só me salvei porque sou teimoso e um advogado paulista (Virgilio Egydio Lopes Enei) me salvou das masmorras do DOI-CODI onde não reconheciam minha prisão e já tinham me condenado à morte.

Sai da prisão 5 anos depois...”

E segue o Aparecido, em outro trecho:

“...A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça sequer julgou o mérito do meu processo que está lá há mais de três anos...”

Luiz Aparecido pensa, junto a outras pessoas com casos idênticos ao dele, fazer greve de fome por tempo indeterminado “...em frente ao Ministério da Justiça ou da Justiça Federal em Brasilia para exigir pressa na solução de nossos casos...”

Mais do que justa a reivindicação do Aparecido.

Porém peço a ele que não entre nessa de greve de fome. Com a saúde já muito abalada, poderá mesmo o Aparecido morrer de morte morrida.

E Aparecido já morreu demais pela pátria, igual a outros na mesma situação que ele.

Pátria, pague o que deve ao Aparecido.

Pelo menos, o dinheiro.

Até porque outras coisas devidas ao Aparecido e seus iguais nessa reivindicação não têm preço e jamais poderão ser pagas de forma alguma.

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