quinta-feira, 16 de julho de 2009

Lucas Mendes, “we have a problem.”

“Como é mesmo o nome do outro astronauta da Apolo 11?”

Com essa pergunta, Lucas Mendes encerra artigo publicado hoje (16-07-09) na BBC Brasil.

Com o título Buzz, o Mané Fogueteiro, o texto de Lucas Mendes discorre sobre as personalidades de Neil Armstrong e Buzz Aldrin, primeiros humanos a pisarem na Lua, há quarenta anos - em 20 de julho de 1969.

Armstrong
, lembra Lucas, foi piloto de provas,combateu na guerra na Coréia e é descrito como frio, “avesso à imprensa, eventos públicos e oba-obas”.

A respeito de Aldrin, Mendes registra coisas como hoje estar o astronauta livre da depressão e alcoolismo que sofreu após sua aposentadoria da NASA, em 1972.
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Em seu orbital artigo, Lucas Mendes lembra que “Eu era frequente visitante durante os voos da Apolo.”

Então, caro Mendes, com esse predicado e a bem da informação jornalística, em lugar de perguntar, numa ironia boba e inútil – há as sérias e úteis – “Como é mesmo o nome do outro astronauta da Apolo 11?” você deveria ter escrito:

Michael Collins.

Esse “outro” astronauta foi o piloto do módulo de comando da missão, o Columbia, do qual foi separado, para a descida à lua, o módulo lunar - o Eagle - com Armstrong e Aldrin.

Enquanto esses dois estavam na Lua, Collins continuou em órbita desse satélite até o momento em que, após o retorno do Eagle, manobrou pra engatar o módulo lunar ao módulo de comando, a bordo do qual voltaram os três astronautas para a Terra.
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Collins escreveu vários livros – para crianças, inclusive - sobre sua vida e trabalho. Em “Carrying the Fire: An Astronaut's Journey”, que na edição brasileira tem o nome “O Fogo Sagrado - a Jornada de um Astronauta”, o astronauta revela seu lado poético, romântico, gentil, apaixonado pelo que faz, pela vida, pelo respeito ao próximo e ao desconhecido.

Um trecho belíssimo dessa obra é quando Collins narra o momento em que ele orbita o eterno lado escuro da lua, sem os companheiros Armstrong e Aldrin ou qualquer tipo de comunicação.

Collins contou, em linhas emocionadas, como foi experimentar ser, naquele momento, “o mais solitário humano jamais existente”.
Sim, ninguém, nunca, estivera antes, sozinho, do outro lado da Lua.

Sobre isso que viveu, só ele, até então, Michael Collins discorreu, com encanto e poesia, seu deslumbramento ante o negror do infinito, o piscar de luzes de astros e estrelas inalcançáveis e no quanto somos menos que um ponto qualquer no mistério da criação.
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Isso é um pouco da vida de Michael Collins, “o outro astronauta da Apollo 11” que, a depender do texto do Lucas Mendes, sumiria da história, do tempo e do espaço.

Lucas Mendes, we have a problem.

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