sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Ministro Carlos Ayres de Britto, do STJ, derruba artigos da Lei de Imprensa

Suspensas ações movidas pela Igeja Universal do Reino de Deus contra jornalistas

A decisão de Ayres de Britto, na noite de ontem, quinta-feira, 21, ocorreu em aceitação a recurso de Miro Teixeira, deputado (PDT/RJ). O parlamentar argumenta que a lei, de 1967, editada pela ditadura militar, viola artigos da Constituição de 1988

Trecho da decisão do Ministro Ayres de Britto:

"A imprensa e democracia, na vigente ordem constitucional brasileira, são irmãs siamesas. Por isso que, em nosso país, a liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade, porquanto o que quer que seja pode ser dito por quem quer que seja"

Com a decisão de Ayres de Britto, até o julgamento do mérito pelo plenário do STF, ficam suspensos todos os processos judiciais que tramitam invocando a lei e decisões apoiadas em 22 dos seus dispositivos.

A liminar parcial do ministro pode eliminar punições mais severas que do Código Penal e que podiam ser aplicadas por supostos delitos de imprensa, entre os quais os de calúnia, injúria ou difamação.

Ontem mesmo a Associação Brasileira de Imprensa-ABI, a Associação Nacional de Jornais-ANJ e a Federação Nacional dos Jornalistas-Fenaj, manifestaram saudações à decisão de Ayres de Britto. Que passa para a história moderna do Brasil como responsável por incinerar um dos derradeiros entulhos da ditadura.

No reino da razão

Entre outros feitos, a decisão ministerial implode a ardilosa e gigantesca operação judicial montada pela Igreja Universal do Reino de Deus contra jornalistas de todo o país que sistematicamente denunciam os descalabros fiscais, financeiros, éticos e morais dessa organização sociopata travestida de salvadora de almas.

Paz nas bancas de jornais e revistas

A decisão de Ayres de Britto também suspende o violento e autoritário artigo que permite apreender periódicos que pressupostamente ofendam “a moral e os bons costumes” e prevê punição para quem vender ou produzir esses impressos.

Eram os deuses jornalistas?

Na década de 70, fez muito sucessso o livro “Eram os deuses astronautas?”. A obra defendia que muitos dos gigantescos e complexos monumento arquitetônicos de pé até hoje e erguidos nos inícios dos tempos terráqueos, seriam na verdade obras de seres de outros planetas que por aqui passaram e deram uma forcinha pros fragílimos e, então ainda mais que atualmente, burrotes seres humanos.

Bem, bem, bem. Ao lembrar disso, apelo para o elevado juízo dos coleguinhas pra não levarem ainda mais a sério a piada que “médico pensa que é Deus, jornalista tem certeza :-)

Em termos estelares, cósmicos, plúmbeos, selenitas, meteóricos, essas coisas, jornalista pode chegar, no máximo, a astronauta.

Aliás, êi, primeirão qualquer coisa aí !
------
Com informações de saites, como da Globo e Estadão, que tiveram a agilidade de publicar desde a noite de ontem, 21 e na madrugada de hoje, matéria sobre a queda da Lei de Imprensa. A Folhaonline, até esse momento, 6h53, não publicou nada. E a jornalada papelória vai circular hoje, 22, quase toda, furada.

Este Blogracio dorme tarde e acorda cedo, garotada!

Nenhum comentário:

 
Site Meter