domingo, 24 de fevereiro de 2008

Finatec e as calçadas estrelares de Vitória.

“Com o objetivo de refazer o modelo de administração do município”, a Prefeitura Municipal de Vitória-PMV contratou, sem licitação, em 2005, uma empresa da consultoria, Finatec, por R$ R$ 3,5 milhões.
Para atingir esse valor foi preciso um “suplemento” de R$ 1,82 milhões, retirados das dotações de áreas como Auditoria-Geral,Fazenda, Saúde e Educação.

Calçada fina é outra coisa.

A apurar. Não sei se o “novo modelo de administração do município” contratado junto à Finatec pela PMV contempla recomendações quanto ao desenho e acabamento das novas calçadas de Vitória.
Essas calçadas dignas duma Capela Sistina têm meio-fios que parecem enormes bombons, de tão lisinhos, certinhos,bonitinhos.

As beiras das calçadas agora são placas – já vi vermelhos e cinzas - com círculos em relevo. Dizem que os relevos orientariam pessoas cegas, que, sem os círculos para bengalarem, COMO vão saber que estão pra subir ou DESCER duma calçada?

Aí, depois dos círculos Braille, estão as calçadas propriamente ditas.
Haja planejamento, esmero, cuidado e criatividade para fazer calçadas. Nuns pontos têm divisões em forma de X, noutros não, só quadrados. E o cimentado é tipo liso nuns trechos, mais ou menos liso noutros, rugoso fino nuns cantos, embolotados em algumas áreas.

Há ainda trechos com ondulaçõeszinhas, uma listradas, outras quadradas. São usados também “blokretes”, mas, EM TONS VARIADOS: cinzas, amarelos, vermelhos.

E lá vai indo muito bem em sua retinha a calçada quando, que belo, passa a ter uma graciosa sinuosidade em seu traçado new look. Deve ser, como nas estradas, para evitar sonolência dos pedestres nas looooongas retas.

Onde fizeram trechos de ciclovia - acho que aquilo é isso - não foi deixado negro o asfalto. Pintaram o negro de vermelho, onde já se viu asfalto negro? Pior é que essa tintura pode ser vista como discriminação que fere o sistema de cotas cromáticas.

Meus caríssimos irmãos. Se essas novas calçadas de Vitória não receberam lições da Finatec no ”novo modelo de administração do município”, imagino se tivessem contado com isso.

Pisaríamos no céu, não no chão.

Coisas estrelares.

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