sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Alto nível de combustível causa desastres aéreos nos sábados

Nos sábados em que resolve voar até Londres, Tonico Flores assume o comando de um avião “pequeno, só pra pegar o jeito” e vai de Vitória até o Rio de Janeiro. É uma hora e meia de vôo durante o qual o comandante Flores decide, preventivamente, completar o tanque, o dele mesmo, não o do Cesna que pilota. Faz isso com um tico de Joãozinho, “só pra esquentar”.

No Galeão comandante Flores assume o controle de um avião maior, um Boeing 707 (acho). E toca pra Fortaleza, sempre atento ao SEU nível de combustível que mantém alto, esburrando.

Bem. Em Fortaleza, Tonico deixa a aeronave, pausa para relaxar, um banhozinho, traça um filézinho e dá mais uma completada no tanque. Dele, comandante.

Aí, Flores resolve pegar um Boeing 747 e atravessar o Oceano Atlântico rumo a Paris numas dez horas ao comando de um jato com uns 300 passageiros. Claro, combustível necessário para sobrevoar todo o Atlântico precisa de dedicada atenção e o comandante Flores, cônscio, a checar os instrumentos do avião, segue fazendo seu completamento de tanque com Joãozinho Caminhador, o popular Johnnie Walker. Nessa altura alguns dos instrumentos dos painéis da aeronave flutuam duplicados e até triplicados para o experiente homem do ar.

Bem. Comandante Flores pousa em Paris sob veementes protestos da torre e pânico da população da Cidade Luz. E algo parece não estar bem com alguns indicadores do plano de vôo, mas comandante Flores decide:
- Vou pra Londres! HOJE eu pouso lá!

Então, mais uma completada no tanque e o 747 decola, de barriga, rumo a Londres.
Nos procedimentos de aproximação da pista de Heatrow, caos organizado que é o principal aeroporto inglês, comandante Flores recebe diversos sinais de alerta do instrumental da própria aeronave - “um monte de apitos e luzinhas enchendo o saco” - e da torre de comando, avisos que o comandante ignora solenemente e embica o avião - “no meu avião mando eu” - para o pouso. Embica até demais. Ou de menos.

O fato é que o 747 vira moléculas democraticamente divididas entre componentes do avião, passageiros, tripulação e equipes de socorro e resgate.

Sobrevive apenas, mais uma vez, tonto, mas sem um só arranhão, o comandante Flores.
Que olha desconsolado para o monitor do seu computador, desliga o simulador Flight Simulator e depois de pilotar umas dezesseis horas, sempre nivelando o tanque, vai dormir. Pouco antes de cair num sono em parafuso, um pensamento dá um rasante em sua cabeça:

- DE PORRE, ainda pouso aquele avião, em Londres. Coisa de macho.

Um comentário:

Marcelo dos Anjos disse...

Eu conheço um Tonico Flores mas ele fica pê da vida e diz que não tem nada a ver com essa história de pilotar avião no computador e se esborrachar de fogo em Londres.
Pior é que esse Tonico que eu conheço diz que tem um irmão que é jornalista e que gosta sim de pilotar avião no computador mas eu não digo o nome dele não.

 
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