sábado, 4 de abril de 2009

Barbieri toca livro sobre propaganda capixaba

Recebi por e-mail do publicitário e jornalista Antonio Carlos Barbieri gentil intimação para escrever depoimento a figurar em livro que ele está a organizar.

Barbieri coleta depoimentos de personagens que fizeram – alguns ainda fazem - a história da propaganda capixaba.

Comecei a planejar o que colocar no meu texto.
Talvez, coisas como:
...............
Lá por 77/78, grande construtora capixaba lançava prédio na Praia da Costa, Vila Velha.

Na campanha de lançamento da obra aparecia um casal. Essa é manjada: ela, bela morena a paparicar um lânguido e sorridente belo homem (companheiro, marido, namorado, namorido?) que balançava numa rede chic, enquanto apreciava o manso mar em frente ao seu apê.

O dono da agência onde eu era diretor de arte e redator embicou que o cara da rede seria, tchan, tchan, tchaaaaaannn ...Walmor Chagas, naqueles dias astro da Globo – estrelava ou tinha acabado de estrelar papel na novela Locomotivas.

Argumentei - sou uma anta de tênis - que com o dinheiro do cachê, passagem e estadia do Walmor daria pra pagar algum baita modelo homão capixaba e umas trezentas morenas como figurantes, figurinhas e figuraças, mas, fui voto vencido.

Vindo do Rio, Walmor chegou a Vitória em avião - coisa de rico, à epoca - adentrou a agência com seus arrassadores cabelos brancos e simpatia fulminante, deixou a mulherada febril, os homens rosnando, recebeu seu cachê adiantado - o que obrou muito bem - e foi prum ótimo hotel des-can-sar.

No dia seguinte, posaria para a foto, faria uns dois takes prum VT e gravaria umas cinco palavras que deveriam vender todo o tal prédio em 30 segundos.

ACONTECEU que começou a chover assim que Walmor chegou. Então, tipo em Macondo, choveu, choveu mais e depois muito mais ainda.
Walmor ficou uns cinco dias hospedado no hotelaço até que a chuvarada parou, o sol abriu, a foto foi clicada e o VT gravado.

Saiu a campanha, vendeu muito bem o prédio, mas o cachê - merecido, profissional - e custos extras, devido às chuvas, com o Walmor, se bem me lembro, custou ao opaco operariado da agência uns bons dias de atraso salarial.
Fechou o tempo :>)
..........
Aguarde aí, Barbieri, vou mandar ver.

2 comentários:

Antonio disse...

Oi Dininho, que prazer ver seu engajamento nesse projeto que, como sempre digo, não é meu e sim do mercado, de todos nós.
Espero que sua atitude sirva de incentivo ao pessoal que ainda não começou a escrever.
Abs,
Barbieri

Bento Peixoto disse...

kkkkkkkkkkkkk Grande crônica! Ri muito. Naqueles tempo - que não vivi, porque era virgem no negócio - era comum trazer estrelas a peso de ouro. E isso vendia mesmo! No primeiro ano de labuta (ui!) tive o prazer de ver Sérgio Chapelin "vender" um empreendimento para a Vimcap. Foi um grande aprendizado. Vlw, Dino.

 
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