sexta-feira, 12 de outubro de 2007

God save the Queen e o papel higiênico

Há uns dias, palestrante num seminário perguntou à platéia:
- Alguém aqui já teve o trabalho de medir um rolo de papel higiênico para verificar se tem MESMO 30 MEEETROS?

Levantei o indicador direito por um brevíssimo momento e pronunciei um discreto
- Eu, já.(*link abaixo)

Prudente o moço ignorou meus sinaletes.
--------------------------------------------------

Sobre papel higiênico, ingleses e ecologia:

A consciência ambiental está em transe na Inglaterra com generosos elogios a um restaurante. Elogios até de jornalões como The Times, Independent e Observer. Esse último considera o restaurante Acorn House, em Londres, como o "mais ético da Grã-Bretanha".

O Acorn House propala que só usa ingredientes sustentáveis e de produtores independentes (que é isso?). Penso que produtores dependentes (que é isso?) podem também oferecer coisas “sustentáveis”, mas, vamos lá.
A londrina casa de repastos informa que procura usar apenas fontes renováveis de energia e que suas sobras são transformadas em adubo ou lixo reciclável. Nada de oferecer as sobras para esfomeados, não deve ser postura ecológica.

Porém, o sonho trufado de Arthur Pott-Dawson, chef do Acorn House, é abolir o uso de papel higiênico no seu restaurante ecológico.

Para preservar árvores que produzem papel, inclusive higiênico, Arthur Pott-Dawson imagina utilizar um método japonês para as pós, pós...pós... pós-cagadas. Desculpem.
Pott-Dawson, esperançoso, lembra que os japoneses usam um sistema que é “como um bidê, que lava e depois seca você, é como um secador de cabelo."

Primeiro, entenda, Arthur, cabelo não é bunda.
Segundo, o “bidê japonês” utiliza água e eletricidade, mas você, Arthur, insiste que é possível usar eletricidade produzida por fontes renováveis.

O problema, Pott-Dawson, é que eletricidade não é tempero confiável para traseiros.
Há uns meses uns “bidês japoneses” PEGARAM FOGO na terra do sol nascente e foi um trabalhão impedir que fossem esturricados centenas de milhares de tôios nipônicos (**link abaixo).

Então, tudo bem, tudo ecológico, tudo sustentável, tudo à luz de velas, tudo saudável, mas, Pott-Dawson, para a limpeza do meu, do seu, dos nossos rabitos, recomendo MESMO é papel higiênico. Floridos, pardacentos, finos, espessos, caros e baratos, em cores ou só brancos, tem papel higiênico de todo tipo e até com 30 metros. Eu medi.

E estou certo que não é o uso de papel higiênico que irá colocar seres humanos em risco fatal. Mais perigosos são tiros como os que policiais britânicos deram para matar o brasileiro - um latino! - Jean Charles de Menezes.

Pensando bem, acho que Pott-Dawson não lembrou de adotar JORNAIS como papel rabal. Taí, Arthur, bota jornal nos banheiros do Acorn House. Tem mesmo muito jornal que PRECISA servir para alguma coisa decente, higiênica.

Como usa o new-journalism, “afinal” dá um trabalhão danado fazer jornal!
--------------------------------------
* De baixo para cima, é o quinto artigo. Role no monitor até encontrar “Resultado da medição de rolos de papel higiênico pelo D.Mariametro”, aqui.

** “Perigo de fogo na bunda leva japoneses a reparo de privadas”, aqui.

Nenhum comentário:

 
Site Meter