A excelente revista Língua Portuguesaa, da Editora Segmento, tem como proposta editorial básica "fazer do jornalismo uma ferramenta sobre a investigação do idioma".
Na edição da publicação, de julho deste ano, está matéria "Os Códigos do Grampo".
Língua Portuguesa conversou - sem grampo, acho - com a Polícia Federal para saber sobre expressões cifradas que criminosos das classes política, jurídica e de outras categorias menos votadas utilizam para tentar driblar as escutas telefônica às quais, eles têm certeza, estarão submetidos.
Então são citadas falas como "entregar o travesseiro" (pagamento de corrupção), "gastos com a reforma da igreja" (propina) "tios" (pessoas corrompidas) e "bingo" (morte confirmada).
Há na matéria uma discussão se essas citações seriam metáforas, gírias, ou até eufemismos.
O consenso é que essas expressões duram pouco tempo pois são utilizadas por um determinado grupo criminoso que, desfeito, causa o fim das "sua" linguagem.
Os policiais contam que, às vezes, os códigos funcionam mal e em lugar de confundir, acabam por ajudar a PF a esclarecr certos assuntos.
Um desses casos, publicado na Língua Portuguesa:
Numa ligação telefônica, um bandido avisa outro que "o caminhão com mogno" já estava a camimho. Na verdade, era um jatinho que faria a entrega de uma carga de cocaína.
Um dos bandidos ficou confuso e aconteceu o diálogo:
"-Que caminhão?
- O caminhão, ora.
- Como assim? A gente não falou de caminhão até agora...
- Aquele, aquele que avoa!"
Esse caso, hoje, é parte do anedotário da Polícia Federal, segundo a Língua Portuguesa.
Bem. Nesses tempos de grampos amplos, gerais e irrestritos, uma piadinha até que melhora o clima.
Ou não 8-(
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
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